Todo ano, o Poder Legislativo realiza a solenidade comemorativa do Dia Internacional da Mulher, buscando evidenciar, através da entrega do Troféu Angelina Rodegheri, exemplos de mulheres guerreiras, humanas e com muita história para contar.
A honraria foi instituída a partir do Decreto Legislativo nº07/2006 de autoria do Vereador Anderson Rodigheri. É uma homenagem que busca valorizar mulheres do município de Marau que se destacaram ou se destacam em atividades de reconhecido valor comunitário.
Neste ano, foram três as agraciadas: Senhora Nelci Maria Trentin Pilatti, Senhora Diva Evangelina de Souza Migliorini e Senhora Maria Viecili Gazola.
A Sessão solene aconteceu na noite de ontem, quarta-feira (13), no plenário da casa, com grande presença de público.
“São exemplos de mulheres que nos honram pela sua história e que deixam um bonito legado para as futuras gerações. Pessoas que dedicaram suas vidas à família e à comunidade, se entregando de corpo e alma em tudo o que faziam. Nada mais justo e merecedor estarem recebendo este retorno, este reconhecimento da nossa Câmara de Vereadores”, salientou em seu discurso a Presidente Josiane Bedin.
Os Vereadores Renan Borba, Vaguinho Daré e Adriela Balotin Tonin, também deixaram suas mensagens às agraciadas, assim como o Vice-prefeito Rui Carlos Gouvêa, que marcou presença representando o Poder Executivo.
Laura Schu e Angelo Bedin comandaram as interpretações de canções ao longo da noite, emocionando os presentes. A mestre de cerimônias foi Camila Agostini, mantendo a tradição do Legislativo em valorizar os profissionais locais de comunicação.
Biografias
Maria Viecili Gazzola: nasceu no dia 25 de agosto de 1928, na cidade de Marau.
É filha de Abrão Viecili e Amália Picolli Viecili, sendo a mais velha de onze irmãos.
Desde pequena, sempre gostou muito dos estudos. Frequentou a escola das freiras até o quarto ano, porém, devido às dificuldades que a família enfrentava, viu-se obrigada a desistir para poder auxiliar os pais no trabalho da roça, algo que era muito comum à época.
No de 1950 casou-se com Augusto Gazzola, com quem teve nove filhos: dois gêmeos Adroaldo e Marivaldo, Marilia, Cicero (in memorian), Jussara, Elpídio, Rosana, Rosaura e Lucíola. Os filhos lhe deram ainda oito netos, que trouxeram ainda mais vida e alegrias para a família.
Para dona Maria, os filhos sempre foram e são o que há de mais importante, e poder presenciar a realização profissional de todos é algo que a deixa muito orgulhosa.
Após o casamento, ela passou a residir em Vila Maria, tendo sido designada para ser ajudante no cartório da cidade, que na época era distrito de Guaporé.
Em 1955 iniciou atividades junto ao posto do Correio de Vila Maria e em 1969 foi transferida para Marau de forma provisória, oportunidade em que se aposentou.
Além do trabalho, Dona Maria sempre dedicou sua vida à família e às atividades em comunidade, sendo participante ativa da Ordem Franciscana Secular - uma instituição em que os fiéis católicos são empenhados a viver o Evangelho à maneira de São Francisco de Assis.
Nelci Maria Trentin Pilatti: filha primogênita de Gentil Trentin e Oliva Balardin Trentin, nasceu em Marau no dia 11 de março de 1948. Viúva de Angelo Pilatti, falecido em Marau em 1997.
Iniciou seus estudos, na época o ensino primário, no Colégio Cristo Rei, então dirigido exclusivamente por freiras franciscanas, que além do conhecimento, repassavam uma educação rígida e integral para seus alunos. O ginasial cursou também em uma escola tradicional da cidade, a escola IESTA.
Vinda de uma família de professores, optou por fazer o segundo grau no Colégio Notre Dame de Passo Fundo, que oferecia o curso de magistério, inicialmente pelo regime de internato. Diplomada como professora primária, lecionou no colégio Protásio Alves, na cidade de Passo Fundo, onde teve a oportunidade de iniciar seu trabalho na formação de cidadãos.
Sempre próxima da família e atendendo a pedido de seu pai Gentil, então tabelião e oficial do Registro de Pessoas naturais de Marau, inciou suas atividades como escrevente em 1965, no cartório. Este foi o ano de início de uma carreira de júbilo e satisfação por poder oferecer seus serviços a todos os marauenses e registrar a história da comunidade, com nascimentos, casamentos, testamentos, etc.
Em 12 de de dezembro de 1967 foi nomeada por concurso público como ajudante substituta do tabelionato de notas e de registro civil de pessoas naturais de Marau.
Em 15 de julho de 1978 formou-se pela Universidade de Passo Fundo no curso de ciências jurídicas e sociais. Em 25 de agosto de 1997, pela aposentadoria compulsória do Oficial, foi efetivada Tabeliã e Oficial do registro civil de Marau, cargo que exerceu até 23 de agosto de 2017.
Com o objetivo de oferecer os melhores serviços, sempre buscou ao longo dos anos, atualizar-se participando de curso oferecidos pelo colégio notarial e Registral do RS e Brasil, Associações Notariais e Registrais e em encontros de Tabeliães dos municípios vizinhos.
Sempre solícita, buscou atender a todos com respeito, dignidade, conhecimento e responsabilidade.
Diva Evangelina de Souza Migliorini: Filha de Thereza Cazuccio de Souza e Benedito de Souza. Casada com Lino Vitorio Migliorini com quem teve 3 filhas: Ana Lucia, Teresa Celina e Elisabete (in memorian). É avó de 3 netos: Gioradano, Giulia e Giancarlo.
Formou-se Professora no ano de 1962, em Sao Paulo e em Psicologia, pela PUCRS no ano de 1976.
Iniciou suas atividades como professora nas cidades de São Vicente e Guarujá, no estado de SP. Em 1964, mudou-se para o Rio Grande do Sul, para a cidade de Jaguarão, onde atuou como professora do Ginásio, tanto na escola Estadual como na escola Municipal. Na cidade de Jaguarão, na data de 11 de novembro do ano de 1966, conheceu seu marido e companheiro Lino Vitorio Migliorini e, no natal do mesmo ano, veio para Marau, hospedando-se no Hotel De Conto, juntamente com seus pais, com a finalidade de oficializar seu noivado na casa da família do seu marido. Casou-se em outubro de 1967.
No ano de 1972, quando foi transferida para Porto Alegre, foi professora especial para alunos com deficiência na Escola Estadual Recanto da Alegria e na Escola Estadual Renascença , onde atuou como Psicóloga e Coordenadora da Equipe Técnica, além de atender no consultório particular de Psicologia. Teve sua terceira filha em Porto Alegre, que aos 3 anos de idade contraiu leucemia.
Mudou-se para Marau no ano de 1981, quando da morte da sua filha mais nova, então com 5 anos de idade.
Em 1980, já havia conhecido Marau e escolhido a cidade para trabalhar na CIRETRAN, onde vinha de Porto Alegre, uma vez por semana, para aplicar os testes psicotécnicos para a habilitação das carteiras de motoristas. No ano seguinte, a Secretaria da Segurança Pública criou a CIRETRAN de Marau, Casca e depois Ciríaco. Foi então, responsável pela avaliação psicológica de motoristas e de porte de armas nos anos de 1980 até 2003 nas três cidades. Antes disso, todos os candidatos a CNH para motoristas e porte de armas tinham que ir a Passo Fundo para fazerem os exames.
Em 1981, iniciou seus trabalhos no Grupo Escolar Charruas, e em 1982, assumiu a Direção da Escola Charruas, onde foi por 8 anos Diretora. Transformou, durante a sua gestão, o Grupo Escolar Charruas, que atendia os alunos até o quarto ano, para Escola Estadual de Primeiro Grau, passando a atender os alunos até a oitava série.
Enquanto Diretora também coordenou o projeto Escola Comunidade, nas dependências do Clube Liberdade, fazendo a integração de todas as escolas e Comunidade de Marau.
Em 1987 conseguiu, juntamente com a equipe, iniciar o funcionamento da ESCOLA da APAE de Marau, sendo nessa época Vice Presidente da APAE.
Foi, por 25 anos, professora titular da Faculdade de Psicologia da UPF, fazendo parte, desde 1983 do quadro de professores aprovado em edital do Ministério da Educação e Cultura para reconhecimento e implementação da Faculdade de Psicologia.
Em 2000 assumiu a Coordenação da Saúde Mental do Município de Marau, até 2007. Durante esse período, coordenou o convênio do Município com Comunidades Terapêuticas para a recuperação de dependentes de álcool e outras drogas. Oportunizou o tratamento de muitos portadores de doença mental e sofrimento psíquico em hospitais especializados, nos grupos terapêuticos e também atendimento individual, de famílias e domiciliares pela Secretaria da Saúde de Marau.
Foi presidente do Conselho Municipal de Assistência Social e do Conselho Municipal de Entorpecentes de Marau.
Criou, deu vida e colocou em funcionamento o CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial) em Marau. Criou e disponibilizou, a partir de 1983, um projeto de prevenção contra a drogadição, desenvolvido nas Escolas, com a colaboração de profissionais médicos, do juizado da infância e juventude, da promotoria pública e professores: o projeto Vida, que contou com a importante parceria da professora Clélia Bortolini.
Foi, candidata a vereadora onde ficou como suplente.
Colaborou, por alguns anos, com a EMATER através de palestras nas comunidades.
Colabora, desde o ano de 1983 até os dias atuais, com a Rádio Alvorada de Marau através da apresentação de um quadro de Psicologia e Orientação Psicológica.
Hoje, encontra-se aposentada como professora do Estado e da UPF, e continua atendendo pacientes particulares e por convênios em seu Consultório de Psicologia, aqui em Marau.
Ao longo da sua carreira profissional até hoje, procurou sempre se atualizar, especializar e profissionalizar cada vez mais através de diversos cursos de pós-graduação.
